Estimados Medianos, |
A partir de anotações do Cap Newton e do Cap Osvino, organizei um texto sobre a Recuperação dos CCL M3A1 do 2º R Rec Mec, realizada na nossa 2ª Cia Me Mnt. Com certeza é um texto a ser complementado por lembranças que os amigos tenham dessa importante atividade que realizávamos há mais de cinco décadas. |
ANOTAÇÕES SOBRE RECUPERAÇÃO DE CCL M3A1 DO 2º R REC MEC NA 2ª CIA ME MNT |
Organização do Texto: Gen Div Rubens Silveira Brochado Fontes de Consulta: Anotações do Cap Newton Magalhães Ferreira Anotações do Cap Osvino Jacob Gonçalves |
I. ORIGEM
Em 1967, passadas mais de duas décadas de uso dos CCL M3A1 (Stuart) pelos Esquadrões e Regimentos de Reconhecimento Mecanizado (Esqd Rec Mec e R Rec Mec), a 3ª Região Militar (3a RM) elaborou, sob a gerência do então Parque Regional de Motomecanização/3 (PqRMM/3, hoje PqRMnt/3), um Plano de Recuperação dos aludidos carros de combate, da área de sua jurisdição. Os trabalhos de recuperação propriamente ditos só foram iniciados na Cia no ano de 1968. Diferentemente da recuperação sumária orientada pelo PqRMM/3, o Comando da Cia, em acordo com o Comando do Regimento, decidiu pela recuperação total dos CCL. Os trabalhos realizados, consistiam no total desmonte dos blindados e na recuperação dos seus componentes. Feito o desmonte, do CCL restava apenas a carcaça blindada. Seus componentes então, em separado, eram inspecionados e manutenidos/recuperados. Já desprovidos de suas blindagens, motores eram sacados e enviados a Santa Maria para retífica no PqRMM/3. Eram motores radiais, Continental, de 8 cilindros, movidos a gasolina azul. Originalmente eram motores de combustão destinados à aviação. As caixas de câmbio, uma vez sacadas da blindagem eram inspecionadas e recuperadas na própria Cia. No tocante às blindagens do motor e do diferencial, eram substituídos os parafusos especiais de fixação das respectivas tampas. A torre, sacada por talha específica, era posicionada sobre cavalete para que fosse revisada e manutenida em seus componentes elétricos e hidráulicos, bem como em seu armamento. O armamento era recuperado pelo pessoal do Pelotão de Reparação de Armamento (Pel Rep Armt). Na carreta de apoio, as lagartas eram desmontadas e os patins eram substituídos por novos, recebidos do PqRMM/3. As cremalheiras das rodas tensoras e os roletes de deslizamento das lagartas eram recuperados e/ou substituídos. Pelo interior da carcaça, iniciava-se a raspagem plena da pintura original para adequada repintura, enquanto os componentes desmontados eram revisados e recuperados ou na própria Oficina da CCL ou nas seções do Pel Ev Rep ou ainda nas do Pel Rep Armt. Interna e externamente à carcaça, as várias camadas de tinta dos carros eram raspadas com o uso de espátulas, solventes e soda cáustica. Para remover a eventuais resquícios de solventes e de soda das mãos era usado vinagre e para tirar o cheiro do vinagre usava-se limão. As seções de pintura, solda, eletricidade, instrumentos óticos, entre outras, participavam fortemente da revisão/recuperação de componentes e do tratamento da carcaça, que uma vez dada como pronta permitia o reposicionamento dos componentes revisados/recuperados. O motor, oriundo do PqRMM/3 era inicialmente colocado numa bancada apropriada e tinha seu funcionamento testado – uma espécie de “amaciamento”, preliminar à sua colocação na sua câmara no CCL. A lagarta, com seus patins novos, era montada na carreta de apoio tensionada para regulagem. Cremalheira e os roletes recuperados a sustentavam. Seguia-se a recolocação do diferencial revisado/recuperado e os testes dos mecanismos de comando do carro, tanto do motorista quanto do auxiliar – manches, acelerador, embreagem. A torre revisada/recuperada era içada de sua bancada de apoio, reposicionada no carro e religada às suas conexões. Aprovado nos testes de bancada, o motor era reposicionado em sua câmara e tinha conectadas suas as ligações. Eram então iniciados os testes de funcionamento, inicialmente no pátio da Cia. Tudo considerado em condições, colocavam-se as blindagens do diferencial e do motor. A próxima etapa era a prova técnica (prova de estrada). Equipe da Seção de Recuperação saía com o CCL pelas estradas, normalmente até Belém Novo, observando o desempenho dos seus componentes. Se necessário, ajustavam-se as lagartas no próprio itinerário, pois os patins tinham que se acomodarem uns aos outros. Em uma dessas provas de estrada, em Belém Novo, em um CCL conduzido pelo Sgt Newton, um patim se soltou ao fazer uma manobra na praça. A lagarta saltou fora. O carro, desgovernado, tendeu para um lado. Puxando os manches, o motorista conseguiu frear e evitou que o carro invadisse a praça. Por sorte, a lagarta havia soltado em momento de pouca velocidade do carro. O carro estancou, quase subindo numa calçada. Uma vez aprovada a recuperação nos testes de estrada, era realizada a pintura externa. Então, a conclusão da recuperação era informada ao PqRMM/3. Equipe do Parque vinha de Santa Maria, inspecionava a recuperação realizada e liberava o carro para entrega ao Regimento. Em média, dependendo do fluxo de materiais oriundos do Parque, eram recuperados dois carros por ano. Ao longo de seis anos de cumprimento da missão delegada à Cia pelo então PqRMM/3 variaram as equipes participantes dos trabalhos de recuperação. Segue abaixo nominata de alguns militares que, nesse período, participaram da recuperação dos CCL M3 A1, a cargo da 2ª Cia Me Mnt: - 3º Sgt Newton Magalhães Ferreira - Cb Ivan Pinheiro - 1º Sgt Victor Muniz - 1º Sgt Fernando Godoy - 2º Sgt Osvino Jacob Gonçalves - 3º Sgt Celso Medeiros Ferreira - 3º Sgt Arnaldo Bohn - Cb Alberto Fernandes Figueiró - Cb Jorge Edison Martins Marinho - Cb Jamir Claudio Abreu |