HOMENAGEM AOS MEDIANOS

Em mil novecentos e quarenta e quatro,
Nasceu a Força, um novo ato,
Companhia Média, Manutenção no peito,
Para que a roda girasse, e o rumo fosse direito.
Da guerra que findava, a lição se ergueu,
Que o motor não para, o serviço é o seu.

​ Em Porto Alegre, os passos iniciais,
Nas oficinas, mestres e mortais,
Soldados e praças, com as mãos no graxa e ferro,
A arte de salvar o que parecia um erro.
Deixando o material pronto e forte a seguir,
Um elo essencial para o Exército fluir.

​Vinte e oito anos de vida autônoma e honrada,
Medianos eram chamados, de alma dedicada,
Em Uruguaiana ou Alegrete, onde fosse a missão,
Garantindo o reparo, com técnica e paixão.
Rodas, motores, lagartas, o esforço diário,
Fazendo do desafio um rito solidário.

​Vieram os anos cinquenta, os sessenta a correr,
Novos veículos, novos feitos para fazer.
De viaturas leves a blindados M3,
A competência crescia, vencendo os revezes.
Da disciplina ao ofício, um legado de valor,
Forjado no trabalho, no suor e no rigor.

​ Mas o tempo avança, a história se reconfigura,
E a voz do destino anuncia a nova figura.
Em mil novecentos e setenta e dois, o dia final,
A 2ª Companhia cumpre o seu ritual.
Não se extingue a força, mas se incorpora a missão,
Ao 8° Batalhão Logístico, em nova união.

​ Medianos, partem, mas ficam em nossa memória,
Cada ferramenta, cada página da história.
Sua fibra persiste no Batalhão que nasceu,
Onde a logística cresce, e o serviço se deu.
Do berço de 1944 ao adeus de 1972,
Um tempo de glória, que se guarda e se revive a luz.

Uma honra ombrear ao lado destes heróis.
Rangel
10/OUT/2025